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Um olhar para o atendimento terapêutico com crianças e adolescentes

Por Sônia Maria Marcondes Licursi

Escuto os relatos dos pais que trazem seus filhos para terapia e observo que percebem que algo não vai bem. Algumas vezes relatam que a professora observou algumas situações e a orientação educacional chamou-os para uma entrevista e disse que a criança ou o jovem está com alguns conflitos sociais, angústias na escola, problemas na aprendizagem. Às vezes falam também sobre o relacionamento familiar como sendo causador dos conflitos, refletem ou abrem um espaço de acusação ou sentem-se culpados. É legitimo todos os sentimentos e a percepção do quanto é difícil e sofrido aceitar que algo não vai bem, a arte de educar os filhos e serem pais traz muitas emoções. Cabe a nós terapeutas ajudá-los a desvendar as adversidades do bem viver. Para iniciar a terapia com a criança ou adolescente é importante pensar como foi tecida esta rede de relações: família, criança ou jovem e escola. Nas sessões iniciais com os pais ter um olhar especial para psicodinâmica familiar, observar os sentimentos que envolvem o relacionamento dos pais com a criança ou adolescente, qual a história dos pais com seus filhos e com seus pais. Que lugar esta criança ou jovem ocupa nesta família e quais as crenças dos pais nos seus filhos. No contato com a equipe escolar perceber o que está criança ou adolescente está levando para o âmbito escolar e que o impede de estar livre para aprender e ser feliz. Na infância o aprender é motivado pela curiosidade do saber como o Homem e o mundo funcionam. Na adolescência já aprendeu sobre o Homem e o mundo, agora quer ser protagonista. A escola é o espaço estimulador para o desenvolvimento emocional e é importante pensar também com a equipe qual o lugar desta criança ou jovem no seu grupo classe e como está tecendo a aprendizagem e as relações sociais. É um trabalho de rede, tecer com a família, a criança ou jovem e a escola todas estas observações e verificar o que faz sentido para cada um, ajudá-los em seus papéis e na expressão dos sentimentos diante dos conflitos e problemas apresentados. O processo terapêutico tece uma rede de cuidados e acessa as emoções que envolvem os papéis dos pais, filhos e educadores na sensível tarefa de educar.

Add comment julho 24th, 2013

Dia Mundial Sem Tabaco: 12 motivos para parar de fumar já!

Segundo a OMS, o tabagismo irá matar mais de 16 mil pessoas por dia em 2011
POR LETÍCIA GONÇALVES

Motivos não faltam para extinguir o fumo da sua rotina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, no último dia 27 de maio, que o tabaco irá matar nada menos que seis milhões de pessoas somente em 2011, sendo 600 mil fumantes passivos. Se esses números continuarem aumentando, a estimativa é que, em 2030, oito milhões de pessoas morram por ano por conta desse péssimo hábito.
O Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) foi criado pela OMS em 1987, justamente para tentar reduzir esses números alarmantes. O objetivo é atrair a atenção do mundo para a epidemia do tabagismo – que matou 100 milhões de pessoas no século XX – e as mais de 50 doenças relacionadas a ele que poderiam ser evitadas. Governos de diversos países, especialistas e estudos científicos caminham para uma mesma direção: alertar que o fumo faz mal e causa inúmeros malefícios no organismo. Confira alguns deles:

1. Redução de olfato e paladar
O fumo traz sérias alterações na boca e no nariz. “Os agentes químicos presentes no cigarro atuam como irritantes da mucosa bucal, o que resseca e aumenta a camada de queratina”, explica a nutricionista Thais Souza, da Rede Mundo Verde. Ela explica que o fumo promove alterações nas papilas gustativas, o que impede que o fumante sinta o real sabor dos alimentos.
Além disso, o cigarro é prejudicial para a mucosa olfativa, já que seu efeito térmico pode levar a lesões que alteram o olfato.

2. Doenças gastrointestinais
A digestão já fica prejudicada por conta das alterações no paladar. Para completar o desastre, a nicotina no sistema digestivo provoca a diminuição da contração do estômago e provoca irritação. O uso contínuo do cigarro enfraquece o músculo que impede o refluxo, o que aumenta o contato de ácido gástrico com a mucosa esofágica. O tabaco ainda facilita a infecção por bactérias causadoras da úlcera gástrica.

3. Rugas e pele envelhecida
Além dos dentes amarelados e do mau hálito, a pele tende a envelhecer mais rápido nos fumantes. “Existem alguns estudos feitos com gêmeos, em que somente um tinha o hábito de fumar, que comprovaram que aquele que fumava poderia aparentar até oito anos a mais que o irmão”, conta o cirurgião plástico Gerson Luiz Julio.
Isso acontece porque a pele diminui a produção de colágeno e perde brilho e elasticidade. De acordo com Gerson, o aparecimento precoce de rugas também é provável, o que deixa a pele com um aspecto pardo ou amarelado. “Outra característica que os fumantes normalmente expõem na face são as populares manchas”, completa o profissional.

4. Câncer de boca
De acordo com o diretor do Departamento de Estomatologia do Hospital do Câncer, Fábio de Abreu Alves, 95% dos pacientes com câncer de boca fumam. O motivo é a composição do cigarro: “Ele é produzido por cerca de 4.700 substâncias tóxicas, sendo 60 cancerígenas”, diz o especialista. Esse emaranhado de elementos nocivos presentes no tabagismo ainda é responsável por diversos outros tipos de câncer, principalmente nas vias aéreas, como laringe, esôfago e pulmão.
O dentista Marcelo Kyrillos, da clínica odontológica Ateliê Oral, também explica que a nicotina desestrutura a parte óssea da boca e danifica a estética vermelha natural da gengiva. O esmalte dos dentes é atingido pelo alcatrão. Ela penetra no esmalte superficial e causa o escurecimento deles.

5. Problemas de visão
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, INCA, os fumantes apresentam um risco duas vezes maior de catarata e de duas a três vezes maior de desenvolver a degeneração macular relacionada à idade.
O oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares, conta que os efeitos maléficos do tabagismo também estão associados à queda das pálpebras. “Isso pode provocar uma diminuição do campo visual e o aparecimento da oftalmopatia de Graves, doença que apresenta como sintomas retração palpebral, edema palpebral, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho, entre outros”, afirma o profissional.

6. Alteração das funções dos genes
A exposição à fumaça de cigarro altera a formação das células por conta do comprometimento da função de alguns genes, segundo um estudo realzado pela Southwest Foundation for Biomedical Research, nos Estados Unidos.
Os cientistas analisaram 1.200 pessoas e identificaram 323 genes que sofrem alterações na hora de converter informações genéticas em funções celulares por causa da fumaça do cigarro. Essas alterações têm grande influência negativa no sistema imunológico e um forte envolvimento no processo de morte das células e desenvolvimento de câncer.

7. Anulação dos efeitos benéficos de beber com moderação
A comprovação vem de um estudo da Universidade de Cambridge (Inglaterra) com 22 mil participantes. De acordo com os cientistas, beber com moderação (de três a 14 doses por semana) diminui as chances de um AVC, ou seja, uma redução de 37% no risco de acidente vascular cerebral.
No entanto, os fumantes que consumiam uma quantidade similar de álcool não apresentavam tal declínio em suas chances para o curso. Vale lembrar também que já era comprovado que pessoas que fumam têm um risco 64% maior de ter um acidente vascular cerebral do que aquelas que nunca fumaram

8. Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
O tabagismo é a principal causa da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), complicação definida pela presença de obstrução progressiva do fluxo aéreo. “O perigo de desenvolver DPOC em um grupo de fumantes de dois maços de cigarros por dia é aproximadamente 4,5 vezes maior que para os não-fumantes”, conta a fisioterapeuta Adriana Marques Battagin, especialista em fisioterapia cardiorrespiratória.
Ela explica que o impacto da DPOC sobre o indivíduo portador não se dá somente na limitação física para a execução das atividades da vida diária, mas também nas relações afetivas, conjugais, sexuais, no lazer e no exercício profissional. Em decorrência da limitação física, muitos doentes tornam-se amplamente dependentes de seus familiares, despertando um sentimento de incapacidade e contribuindo para a diminuição de sua auto-estima e a alteração de humor.

9. Doenças neurológicas
Cientistas do National Brain Research Center, da Índia, descobriram uma ligação direta existente entre tabagismo e danos cerebrais. Um composto do cigarro, chamado NNK, desencadeia uma resposta exagerada do cérebro a partir de células imunes no sistema nervoso central.
Os glóbulos brancos, que normalmente eliminam células danificadas, passam a atacar células saudáveis, resultando em graves danos neurológicos. De acordo com os pesquisadores, a substância é considerada pró-cancerígena, o que significa que pode causar câncer quando é modificada por processos metabólicos do corpo, além de desencadear distúrbios como a esclerose múltipla.

10. Infertilidade em mulheres e homens
O ginecologista Assumpto Iaconelli Júnior conta que, nas mulheres, o tabagismo pode causar: antecipação da menopausa, aumento de irregularidades menstruais, alterações hormonais, menor qualidade dos óvulos e embriões e dificuldade de implantação do óvulo.
“Observamos na nossa clínica, que realiza tratamentos de fertilização in vitro, que mulheres que fumam têm menor taxa de sucesso e precisam do dobro de tentativas, em média, em relação às não tabagistas, para conseguir uma gestação”, completa o especialista.
Já nos homens, o cigarro afeta a formação e diminui a mobilidade dos espermatozóides, piora o potencial de fertilização e aumenta o estresse oxidativo (radicais livres).

11. Problemas no coração
A complicação cardiovascular decorrente do cigarro afeta até mesmo o fumante passivo. Pesquisadores do Departamento de Cardiologia do Erasme Hospital e a Univesité Libre de Bruxelles, na Bélgica, comprovaram que respirar as substâncias do cigarro afetam várias funções do sistema vascular arterial – e mesmo quando já não há mais fumaça no ar.

O tabagismo – tanto ativo quanto passivo – provoca elasticidade do sistema vascular. O presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Fernando Nobre, alerta: “Essa elasticidade traz danos para a manutenção de uma pressão arterial saudável, além de poder evoluir para outros problemas, como o AVC”.

12. Complicações na maternidade
Gravidez definitivamente não combina com cigarro. “Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma”, afirma o ginecologista Aléssio Calil Mathias.
Segundo dados do INCA, um único cigarro fumado por uma gestante é capaz de acelerar, em poucos minutos, os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina sobre o seu aparelho cardiovascular.
Um estudo da Universidade de York, no Reino Unido, também aponta que mulheres que fumam na gravidez têm maior risco de ter filhos hiperativos e com problemas de atenção na escola.
E não é só: o pneumologista Sergio Ricardo Santos, presidente da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), ainda dá o alerta de que bebês que convivem diretamente com fumantes têm maiores chances de morrer sem nenhuma causa aparente, a chamada Síndrome da Morte Súbita Infantil.

Artigo original 

Add comment maio 31st, 2011

Meditação: autocura e transcendência

Por Flávia Maimoni Ribeiro

Em Sikkim, nas montanhas do Himalaia, a uma temperatura de 4,4º C, monges budistas tibetanos altamente versados em uma prática meditativa chamada Tum-mo yoga foram enrolados com pesados cobertores completamente molhados. Três a cinco minutos depois de iniciarem suas práticas meditativas era visível a evaporação da gélida água, e em aproximadamente 45 minutos, a temperatura elevada de seus corpos tinha secado completamente todos os cobertores. Os mesmos monges foram capazes de repetir esta experiência por três vezes seguidas, sem que nenhuma delas tenha sido presenciada qualquer sensação de frio manifestada pelos monges. Estes monges foram conhecidos como “monges secadores de toalha”, por terem a capacidade de aumentar seus metabolismos com a técnica de meditação.

Em 1973, Kothari e sua equipe de cientistas pesquisaram um yogue de 70 anos, conhecido nas ruas da cidade de Udaipur, na Índia, por afirmar conseguir parar o seu coração. Satyamurti aceitou ficar confinado numa cela de 15 metros cúbicos, sendo totalmente monitorado por oito dias, sem comer nem beber, sentado em posição de lótus. No início do experimento seus batimentos cardíacos começaram a aumentar como se Satyamurti estivesse sofrendo uma taquicardia, mas sem que ele sofresse qualquer anormalidade no funcionamento de seu coração. Depois dessa taquicardia, a função cardíaca de Satyamurti foi tão reduzida que os instrumentos eletrocardiográficos não foram sensíveis o suficiente para detectar qualquer padrão elétrico. Supostamente seu “seu coração parou”, ou melhor, seu metabolismo diminuiu tanto que o eletro não conseguiu medir a atividade cardíaca e assim permaneceu por cinco dias.

 
Estes e outros experimentos abriram um leque de possibilidades de investigação a respeito da meditação, seus benefícios e de como o estudo da mente deveria ser mais aprofundado, como nós Ocidentais só estávamos enxergando “a ponta do iceberg” no que se trata de estudar a consciência humana.

Estes estudos, apesar de interessantes, podem assustar a maioria dos aspirantes à meditação ou faze-los desistir simplesmente pelo pensamento: “Ah, eu nunca vou conseguir fazer isto”. Entretanto, mais do que desenvolver habilidades mentais que transcendem a ciência, a meditação tem uma meta bem clara: ser uma via de transformação profunda da consciência, transformação esta que percorre os valores e a espiritualidade do ser humano.

Antes mesmo de definirmos meditação teremos que percorrer o caminho oposto, ou seja, descreveremos o que não é meditação, já que muitas confusões estão presentes no imaginário do senso comum. Alguns mitos que mais aparecem são:

• Meditar significa não pensar em nada. Como podemos pedir para que nossa mente fique em branco durante a meditação? Se eu falar para você agora não pensar em um macaco branco, isso é possível de acontecer? Quanto mais nos esforçamos em travar uma luta contra nossos pensamentos, mais eles dominam a nossa consciência. Existe um estágio no processo de meditação em que os pensamentos cessam, mas é um processo que ocorre em decorrência da prática persistente, do esforço e do desapego.

• Meditar significa fechar os olhos. Se esta fosse uma verdade, em todo momento de sono nós estaríamos meditando. Uma das formas de meditar é fechar os olhos para se reduzir os estímulos sensoriais, mas podemos também meditar caminhando, executando atividades com presença e concentração.

• Só os monges e yoguis conseguem meditar de verdade. Esta é uma crença que dificulta o ingresso de praticantes urbanos que pensam constantemente: “Isso não é para mim, sou muito agitado!”. A meditação é intrínseca à rotina dos monges, mas é possível desenvolver este hábito mesmo com a agenda lotada, filhos, tendência à agitação. Tudo é uma questão de prática e disciplina.

• “Meditar” é o mesmo que “refletir”. Aqui no Ocidente temos este costume de dizer: “Vá e medite sobre o que você fez hoje!”ou “Eu meditei sobre minha relação e conclui que…”. Mas, meditar não é ocupar a mente com pensamentos, reflexões e sim deixá-la livre para que ela possa primeiramente acompanhar seu curso e gradualmente reduzir suas flutuações/distrações.

Mas, afinal, o que é Meditação?
A meditação não é algo que se faça, ela já está pronta. É principalmente um estado de consciência que atingimos quando os cinco sentidos se aquietam, o intelecto gradualmente silencia, o coração assume um estado de paz inabalável e a serenidade mental surge. Este estado vêm e vai e conforme o tempo de prática e a persistência do meditador. Um mestre de yoga indiano chamado Iyengar, produz belamente em suas palavras o que acontece neste estado de meditação:

“Quando a mente alcança a alma e a ela se funde, a alma fica livre, permanecendo daí em diante em paz e em estado de beatitude. Se uma ave é mantida dentro de uma gaiola, não tem possibilidade de se movimentar. No momento em que a gaiola é aberta, a ave sai e ganha a sua liberdade. E o homem alcança a liberdade quando a mente se liberta do cativeiro do corpo e passa a repousar no colo da alma”.

Existem, basicamente, algumas formas de meditar, que variam de técnica a técnica. São elas:

 • Concentração: a mente focaliza em um objeto, som, foco específico até que este domine por completo a mente do meditador.
• Atentividade: A mente observa-se a si mesma em todas as situações (pensando, sentindo, andando, comendo). É desenvolvido um “eu testemunha”.
• Destemor: pratica-se uma certeza destemida e uma confiança profunda de que nada poderá perturbá-lo.
• Compaixão: cultiva-se um intenso sentimento de amor e compaixão por todos os seres vivos.
• Devoção: o meditador tem como foco principal o amor incondicional ao seu mestre, ou à deidade de sua crença religiosa.
• Visualização: o praticante esforça para construir em sua tela mental uma imagem específica e concentrar-se nela.

Todas estas formas, conforme foi visto, têm uma meta em comum, visam à iluminação ou estado de absorção total no infinito. Apesar da meta da meditação estar relacionada diretamente à transcendência, ao meditar nós também adquirimos “de brinde” melhoras no funcionamento físico, mental e emocional. Alguns cientistas que se dedicaram ao estudo da meditação e seus efeitos clínicos/fisiológicos constataram nos praticantes de meditação:
• Melhora no controle da neuroquímica das emoções (sistema límbico);
• Reduções da freqüência cardíaca (quando a prática de meditação não é dinâmica);
• Alterações do fluxo sanguíneo encefálico e da atividade eletroencefalográfica (aumento das ondas ALFA ou BETA durante a meditação);
• Modificações nas concentrações de inúmeras substâncias neurotransmissoras;
• Variações neuronais (hiperpolarização dos neurônios);
• Quedas do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico;
• Reduções da temperatura corporal (exceto em práticas que aceleram o metabolismo, como a dos “monges secadores de toalhas”);
• Aumentos no volume sanguíneo;
• Alterações dos sentidos e das percepções;
• Ativação do córtex pré-frontal esquerdo;
• Melhora do sistema imunológico;
• Desenvolvimento da Inteligência Espiritual, ou seja, da capacidade de manter constantemente os princípios e leis espirituais que regem a vida.

A Meditação também pode contribuir para o autoconhecimento:
• Tornando as pessoas mais conscientes dos seus processos mentais e da maneira inadequada de reagirem aos acontecimentos estressantes;
• Fortalecendo a formação de uma personalidade sadia;
• Trazendo a sensação de “centramento”, ou seja, propiciando melhor contato consigo mesmo e com o campo de relações, fortalecendo a capacidade de autocontrole;
• Aumentando a atenção em relação às interferências externas, permitindo-se não se identificar com as mesmas;
• Auxiliando no tratamento de doenças do pânico, distúrbios de ansiedade, doenças psicossomáticas;
• Facilitando o acesso ao inconsciente, à memórias e sentimentos recalcados;
• Reorientando a mente rumo à estados mais elevados de consciência.

No entanto, apesar da meditação ser uma técnica que amplia e facilita muito o campo de atuação da área da saúde, existem algumas restrições em relação a sua aplicação:
• Em quadros de desordens internas ou mentais (esquizofrenia, fobias, boderline);
• Em quadros de transtornos obssessivo-compulsivos (os indivíduos que têm TOC podem ser muito fechados às experiências novas para tentar a meditação ou, por outro, serem bastante esforçados e conseguirem meditar).
• Em estados emocionais agudos (crises, emergências espirituais);
• Em pessoas que apresentam dificuldade de lidar com o mundo material (lidar com suas obrigações familiares e sociais, apresentam necessidade de fuga, pessoas viciadas em drogas).

Ao iniciar uma prática meditativa é muito importante observar se o tipo de meditação escolhida é adequado a sua personalidade, caso contrário você pode passar por sensações desagradáveis. A busca por profissionais e mestres que atuam na prática com seriedade é fundamental para garantir que sua experiência seja positiva. Segundo Dra. Florence Gaillard, existem alguns indícios de que a prática de meditação está correndo bem. São eles:
• Sensação durável de bem estar;
• Sensação de revitalização;
• Desaparecimento de qualquer sentimento negativo (depressão, medo, sentimento de culpabilidade, inferioridade);
• Profundo sentimento de paz e harmonia;
• Sono mais profundo e reparador após a prática da noite;
• Possibilidade de dormir menos, pois o sono é de melhor qualidade;
• Sonhos mais sadios – a violência, os cenários sexuais tendem a desaparecer;
• Sentimento durável de paz interior;
• Impressão de entender melhor o sentido dos acontecimentos e o objetivo de sua existência;
• Desaparecimento progressivo dos medos e estados depressivos;
• Desenvolvimento da compaixão e da compreensão dos outros, resultando numa diminuição da raiva, da impaciência e dos comportamentos negativos;
• Desenvolvimento gradual do sentimento de felicidade.

Meditar é uma questão de treino. Assim como treinamos nossos músculos para que fiquem firmes e fortes com a prática de exercícios físicos, exercitamos a mente através da prática de meditação. Se você deseja meditar é preciso cuidar de detalhes fundamentais para a prática ocorrer:

• Escolha um local tranqüilo e livre de distrações. De preferência sempre o mesmo local, onde as vibrações da meditação irão se concentrar e facilitar o treino.
 

• Busque uma posição confortável. Geralmente as pessoas meditam sentadas no chão de pernas cruzadas ou na postura de lótus (dorso dos pés apoiados na base das coxas, pernas cruzadas). Se você, de início, se sente desconfortável nestas posições, procure meditar sentado em uma cadeira, sem o apoio das costas no encosto e com a planta dos pés apoiadas no chão.

• Procure escolher um horário para meditar. A meditação realizada no mesmo horário traz disciplina à prática, o que é fundamental para qualquer treino. No início você pode optar por um tempo de permanência menor (cerca de 10 minutos), aumentando gradativamente para 20 a 30 minutos (tempo médio) e 1 a 2 hs (tempo desejável).

Daniel Goleman, autor do livro “Mente Meditativa” traz algumas dicas de meditação que são possíveis de serem realizadas individualmente, pelo aspirante à meditação:
• Meditação sobre a respiração: consciência da respiração. Ao dispersar voltar para este foco.
• Mantra: uma palavra ou som simples que tenha um significado positivo. Repetí-la mentalmente, concentrando-se e evitar dispersões.
• Respiração atentiva: usar as distrações como objeto de meditação. Exemplo: se sua mente se distrair com um som que você ouvir, rotule esta distração de “ouvindo”. Cada vez que tiver rotulado uma distração, trazer a mente de volta à respiração.
• Comer atentivamente: prestar atenção total e cuidadosa a cada aspecto a experiência. Evitar automatismos.
• Andar atentivamente: Tirar o sapato, andar levando sua atenção para o caminhar. Cada intenção também é considerada. Ficar atento às sensações. Ficar presente. Ë melhor começar andando lentamente.

Se você sente que é o momento de iniciar alguma prática meditativa, não deixe para depois. Inicie realizando a prática por pouco tempo, mas diariamente. Levam-se alguns meses para que a construção do hábito seja instaurado, portanto pratique! Não dê vazão aos pensamentos negativos que surgem durante a meditação, apenas identifique-os e os deixe passar. Após algum período de prática já é possível observar os resultados físicos e psicológicos, após mais tempo, a sua relação com a espiritualidade aumenta e finalmente você começa a se encontrar verdadeiramente na prática.

Bibliografia Recomendada
BOGART, M.A. The use of meditation in psychotherapy: a review of literature. American Journal of Psychotherapy, vol. XLV, n. 3, July, 1991.

DANUCALOV, Marcello Árias Dias; SIMÕES, Roberto Serafim. Neurofisiologia da |Meditação: investigações científicas no yoga e nas experiências místico-religiosas: a união entre ciência e espiritualidade – São Paulo: Phorte, 2006.

GAILLARD, Florence. Meditação e saúde. In: Cadernos de Yoga – 6ªed., ano II, 2005.

GHAROTE, Manohar Laxman. (adaptação teórica: Marcos Rojo Rodrigues) Yoga aplicada: da teoria à prática – 2ª ed. São Paulo: Phorte Editora, 2002.

GOLEMAN, Daniel (tradução Marcos Bagno). A Mente Meditativa: as diferentes experiências meditativas no oriente e no ocidente – 5ª ed. São Paulo: Ática, 1997.

IYENGAR, B.K.S. (tradução Marta Silvia Mourão Neto) – A árvore do Ioga: a eterna sabedoria do ioga aplicada à vida diária. 1ª ed. São Paulo: Globo, 2001.

RIBEIRO, Flávia M. Yoga e psique: estabelecendo um diálogo entre os conceitos do yoga e da psicologia moderna ocidental – São Paulo: 2004. 42p. Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Yoga. UniFMU – SP.

SHREEVE, James. Estado Espiritual. In: O poder da mente: últimas pesquisas da neurociência explicam nossos sentimentos. – Revista National Geoografhic Brasil – Março/2005.

FLÁVIA MAIMONI RIBEIRO -Como Cuidadora do Ser, busca integrar sua experiência profissional com o Yoga, Ayurveda e Psicologia.  Na Cítara Saúde, dedica-se ao trabalho com Psicologia Ayurvédica e Yogaterapia, buscando facilitar o encontro de cada pessoa com sua verdadeira natureza.

Add comment dezembro 1st, 2010

O perdao – pela visão da Ayurveda e do Yoga

A culpa é um sentimento tão antigo quanto a história da humanidade. Parece que já nascemos com essa “tatuagem” em algum lugar do nosso ser.  No Ayurveda, quem conhece um pouco as famosas constituiçoes energéticas, chamadas doshas (Vata, Pitta e Kapha), pode imaginá-la em diversas situaçoes; um Vata medroso e inseguro diria: por que tive medo e não fiz o que tinha que fazer? Um Pitta, de temperamento “quente”, diria: Por que fiquei tao irritado e não me controlei? E um Kapha, o mais ressentido dos três, cheio de mágoas: por que não consigo esquecer e me perdoar?

Fato é que, com razao ou não, todos nós sentimos e compartilhamos esse sentimento. O “diferencial divino” entre os seres está em como lidamos com isso, na capacidade de compreender e perdoar, quer seja a nós mesmos ou ao outro. Como vemos e processamos os fatos da nossa vida!

Se olharmos para o presente com peso das marcas do passado, utilizamos um filtro viciado, que turva e obscurece nossa visão, e tudo, então, passa pelo condicionamento dessa lente. Passamos a agir e reagir, de uma maneira diferente do que realmente gostaríamos, e a viver uma vida distinta da que sonhamos viver. Deixamos nossos sonhos e o que é pior, adoecemos. Assim iniciam-se uma série de desajustes orgânicos.

 Essa desconformidade entre o que vivemos e o que nosso Eu profundo, nossa alma, anseia viver, é a origem do adoecimento Vata (medos, inseguranças, problemas articulares e neurológicos); do Pitta (cólera, indignaçoes, hepatites, doenças inflamatórias, hipertensão e problemas cardiovasculares); e do Kapha (apego, depressão, edemas, obesidade, problemas metabólicos e diabetes).

Por sermos parecidos por natureza, mas em essência, tão diferentes uns dos outros, estranhamos as ações que não nos fazem sentido. Magoados, brigamos, nos afastamos. Passamos a Viver uma vida separada não apenas dos inimigos, dos aborrecimentos, como também dos amigos, do que nos traz alegria e de nossas crenças. Deixamos de ver o mundo de forma sadia.

Se retirarmos os óculos das experiências negativas, nossos olhos limpos não restringirão sua visão apenas à realidade criada pela mente, mas sim, perceberão a verdade da nossa realidade. Olharemos em essência. Seja justo ou não o que tenha nos acontecido, é possível renovar e reescrever uma nova mensagem.

A proposta do Yoga e do Ayurveda é simples e transformadora: Somos recriados a todo o momento, corpo e mente. Escolher com sabedoria o que nos formará, está em nossas mãos.  Desintoxicá-los e nutri-los com alimentos e hábitos adequados à nossa constituição; viver com o foco em cada ato singular e com a atenção plena no que está acontecendo são os ensinamentos dessa milenar arte de curar.

 A escolha livre de paradigmas do passado reescreve um novo caminho; como diz o texto bíblico, seguir sem olhar para trás!  Isso significa, perdoar. Nossos registros de sofrimento podem ser mudados.

As práticas de meditação e pranayamas ajudam a ampliar e renovar a nossa percepção e consciência. Respirar e relaxar! Respirar é trazer para nosso sangue um novo fluxo de oxigenio, um novo fluxo de pensamentos e de vitalidade. Assim como o ar entra e sai, o que não é mais necessário pode sair e o novo entrar.

Perdoar não apenas deixa-nos livres de doenças e das amarras emocionais do passado, mas traz à vida o perfume e o frescor do tempo presente.

 Maisa Misiara – Médica Homeopata, Ayurveda. Docente do Instituto de Cultura e Escola de Homeopatia, responsável pela Clínica Cítara Saúde.

Add comment outubro 21st, 2010

Perdão – parte 2

 “Abra seu coração, abra seu sentimento, abra seu entendimento, deixe de lado a razão e deixe brilhar o sol escondido em seu interior”.

 A culpa e a dificuldade de perdoar, segundo o Yoga e o Ayurveda, estão diretamente relacionadas ao desequilíbrio do quarto chackra (chamado de Anahata) da nossa antomia sutil. Os chackas são como filtros que nos permitem trocar informações, sentimentos e impressões com o exterior e, por sua vez, recebem as impressões vindas do mundo.

 O quarto chackra, também conhecido como cardíaco governa sutilmente o coração, sistema circulatório, pulmões, ombros e braços, costelas e seios, diafragma e tem sua correspondência bioquímica com a glândula timo.

 Timo vem de tymus, palavra grega que quer dizer energia vital. Esta glândula está bastante ativa na primeira infância e vai gradativamente diminuindo suas funções ao chegar à maturidade. Quando esta glândula está ativa o organismo não envelhece. O timo é um dos pilares de sustentação de nosso sitema imunológico, juntamente com as glândulas adrenais. É extremamente suscetível às emoções como o amor ou o ódio.

 Estudos psicológicos diversos pesquisaram o impacto que nossos relacionamentos têm no sistema imunológico e concluiram que compartilhar sentimentos e situações que nos incomodam podem ter um impacto bastante positivo sobre nossa imunidade. É preciso desenvolver as qualidades positivas do quarto chackra que são amor incondicional e a compaixão. Para que o amor seja despertado, é necessário curarmos as feridas emocionais (mágoas) através do perdão e da liberação do passado e suas influências no presente.

 A prática de Yoga pode ser bem benéfica para iniciarmos um processo de liberação das emoções reprimidas. Algumas sugestões de prática:

 USTRASANA – postura do camelo (Ustra = camelo)

  • Postura:
  1. Ajoelhe-se e fique com joelhos e pés unidos, peitos dos pés apoiados no chão com os dedos relaxados;
  2. Encaixe o quadril, deixe o abdômen firme e a coluna ereta;
  3. Apóie as mãos espalmadas na base da coluna, parte posterior do quadril;
  4. Leve os ombros e cotovelos cada vez mais para trás com a intenção de aproximar os cotovelos;
  5. Mantenha o quadril na mesma linha que os joelhos, não projete o quadril para frente ou para trás, fixando-os;
  6. Ainda com o quadril encaixado, contraia glúteos e abdominal, incline o tronco para trás e aponte seu queixo para cima;
  7. NÃO projete o quadril para frente com a pressão das mãos;
  8. Apóie as duas mãos espalmadas na sola dos pés, abrindo ainda mais o peito, apontando-o para cima;
  9. Caso tenha dificuldade nesta etapa, tente as seguintes alternativas:
  • Afaste um pouco os dois joelhos um do outro;
  • Apóie as mãos nos calcanhares;
  • Apóie as mãos nos calcanhares com os dedos dos pés virados para o chão;
  1. Se ainda for difícil, pule os passos 8 e 9;
  2. Intenção de crescer a coluna e o pescoço para cima e para trás;
  3. Mantenha a postura estável e confortável;
  4. Concentre-se em respirações profundas e tranqüilas (5 a 12 respirações no início);
  5. Finalizando: com a força dos pés e joelhos empurrando o chão, volte o apoio das mãos na base da coluna, leve o tronco na mesma linha que o quadril, voltando para a posição vertical.
  6. Para descansar, leve o quadril na direção dos calcanhares, testa na direção do chão e braços ao longo do corpo.
  • Dicas importantes
  1. Evite esta postura se estiver com problemas intestinais, pressão alta, dor de cabeça ou se for cardíaco;
  2. Fique atento à posição do quadril e das pernas, o mais importante na postura é mantê-los estáticos enquanto a inclinação ocorre somente na parte superior do corpo;
  3. Proteja a sua lombar mantendo o encaixe do quadril a todo o momento;
  4. À medida que inclina o tronco para trás, cresça a coluna. Tanto a parte posterior como a anterior do tronco devem estar alongadas.

Caso sinta desconforto na coluna torácica ou lombar, diminua a inclinação do tronco para trás.

  • Efeitos benéficos da postura:
  1. Diminui a rigidez das costas, ombros e tornozelos, mantendo a coluna flexível e saudável;
  2. Alonga da região anterior dos braços e do corpo;
  3. Fortalece o sistema imunológico;
  4. Abre o coração, mantendo a disponibilidade e a entrega para as relações afetivas.

UJJAYI (Ud = para cima, de nível superior, soprar, expandir, proeminência, poder; Jaia = conquista, vitória, triunfo, sucesso, coerção, restrição) – respiração onde os pulmões são completamente expandidos e o tórax se torna dilatado como o de um orgulhoso conquistador

  • Instruções:
  1. Sente-se confortavelmente em Sukhasana (pernas cruzadas) ou numa cadeira, com a coluna ereta, olhando para frente;
  2. Durante uma expiração prolongada, murmure a palavra haaaaa de forma que esta respiração produza um ruído de leve fricção ao passar pelo palato (entre a boca e a garganta); é um som semelhante ao de embaçar um vidro, ou ainda o som que ouvimos no interior de uma concha.
  3. Experimente fazer com os lábios abertos e quando estiver sentindo a vibração suave do som na pate de trás da garganta, passe a fazer a respiração de lábios fechados.
  4. Sentindo facilidade, experimente produzir o mesmo som ao inspirar.
  5. Complete o ciclo da respiração – inspiração, pausa com o ar nos pulmões e expiração – repetidas vezes. O tempo deve estabelecer uma proporção de 1:2:2, ou seja, se for inspirar em 4 segundos, retenha 8 e exale 8 segundos.
  6. Esta prática deve ter a duração média de 15 minutos.
  7. Observe se o som de sua respiração é seco como o vento e oco e não anasalado.
  8. As narinas devem estar relaxadas (não puxe o ar com força, deixe a respiração acontecer naturalmente).
  9. Algumas pessoas conseguem realizar esta respiração com facilidade, outras levam mais tempo para aprendê-la. No entanto, não desanime. Faça quantas respirações precisar com os lábios abertos até conseguir!
  10. Não faça se estiver com irritações ou inflamações na garganta.
  11. Acalma a mente e os sentidos;
  12. Traz leveza, bem estar e tem efeito energizante;
  13. Promove tranquilidade e, ao mesmo tempo, força para lidar com as adversidades da vida.
  • Dicas importantes:
  • Efeitos benéficos deste pranayama:
  1. Acalma a mente e os sentidos;
  2. Traz leveza, bem estar e tem efeito energizante;
  3. Promove tranquilidade e, ao mesmo tempo, força para lidar com as adversidades da vida.

FLÁVIA MAIMONI RIBEIRO – psicóloga, instrutora de Yogaterapia e Terapeuta Ayurvédica. Busca integrar os conhecimentos da saúde milenar do Yoga e do Ayurveda com a ciência moderna ocidental.

Add comment outubro 21st, 2010

Consciência Alimentar

A Ayurveda tem uma visão exclusiva sobre a constituição psicofísica dos seres humanos. São reconhecidas cinco forças da natureza que se combinam dinamicamente para formar o nosso organismo: éter (ou espaço), ar, fogo, água e terra. Esta combinação, chamada Prakritti (ou dosha), organiza todas as funções físicas, mentais e emocionais necessárias para a vida.

Descobrir a nossa prakritti é uma oportunidade para entendermos melhor a nossa individualidade. Ao nos familiarizarmos com a nossa natureza, aprendemos a nos manter em harmonia, conquistando uma vida equilibrada, bem estar e saúde.

A dieta adequada – um dos principais pilares da boa saúde – depende dessa compreensão. Tudo o que somos é o resultado da síntese dos alimentos físicos e/ou energéticos que ingerimos. Eles fornecem para o organismo o material necessário para o processo metabólico que nutre a vida. São os melhores medicamentos. Quando são adequados para o nosso corpo e devidamente digeridos, contribuem para nos tornar saudáveis. Quando a dieta não é compatível com a nossa constituição individual, sofremos de desequilíbrios físicos e psicológicos. Nossa saúde, nosso peso ideal, nossa estabilidade emocional, nossa acuidade mental e nosso bem estar geral dependem do que conseguimos e do que não conseguimos digerir.

Mas, tão importante quanto a quantidade e a qualidade dos alimentos que ingerimos é o “por que” da nossa alimentação.

 Um plano de Consciência Alimentar começa ao desligar o “piloto automático” que vem nos guiando ao longo da vida moderna e instalar a atenção plena. Devemos prestar atenção à potência da nossa fome, à quais alimentos nos caem melhor, qual é a quantidade de alimento que nos satisfaz e qual o sabor que mais nos convém.

 Estou com fome? Do que me alimento? Por que estou comendo? O que estou comendo? Estou feliz? Triste ou ansioso? Como eu me sinto em relação à minha alimentação?

 A Consciência Alimentar é um poderoso instrumento para a manutenção da boa saúde e também para quem quer perder ou ganhar peso.  Ela é um “farol” que já existe dentro de nós. Só precisamos despertá-la. Vamos usá-la para iluminar a nossa vida a cada momento! Dessa forma, vamos encontrar o verdadeiro sabor da vida. Isso não vai nos ajudar somente a conquistar o bem estar físico – vai trazer à superfície a compreensão da riqueza e abundância da vida.

 Marise Berg – Terapeuta Ayurvedica dedicada à prática da Alimentação Natural Ayurvédica e de Rasayana (rejuvenescimento). Formada pela Escola Yoga Brahma Vidyalaya – Fundação Sri Vájera e CIYMAM (curso creditado pela International Academy of Ayurveda – Índia); com  extensões em Rasayana (rejuvenescimento) pela Kerala Ayurvedic Chikitsalayam – Pune, Índia; em Ayurveda pela Vishwanath Panchakarma Centre – Rishikesh, Índia; e em Nutrição Ayurvédica pela International Academy of Ayurveda – Pune, Índia. Atualmente cursando a graduação em Nutrição no Centro Integrado São Camilo, São Paulo.

4 comments setembro 6th, 2010

Psicoterapia com base na Psicologia Junguiana

A Psicoterapia tem como principal proposta o trabalho de revalorização e re-significação da vida do indivíduo.
Nos padrões sociais atuais existe uma tendência à massificação comportamental das pessoas. As necessidades são mais impostas do que reais.”
Bens de consumo, moldes estéticos e de relacionamento tornaram-se as grandes diretrizes e símbolos de “felicidade”, que se apresenta como um produto a ser adquirido. Nesta busca sem fim por uma felicidade estática e estável perde-se o real significado da vida, gerando uma angustia e vazio existencial.

A proposta da psicologia junguiana é fazer o indivíduo entrar em contato com suas reais necessidades através de um processo de autoconhecimento, para, a partir daí, desenvolver suas potencialidades e características da melhor maneira possível. Este caminho redireciona valores e a energia criativa para que se possa construir uma base sólida, tanto psíquica quanto espiritual, para a experiência dinâmica e instável da vida.

Segundo Jung: “Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por “individualidade” entendermos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si-mesmo”.

Dr. Leonardo Verri Paulino
Médico formado pela FMABC com mestrado pela UNIFESP
Especialização em Psicologia Junguiana pela FACIS/IBEHE

Add comment março 2nd, 2010


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