Archive for novembro, 2010

Que idade é essa?

Por Dra. Maísa Misiara

– De que morreu o paciente?
– Do fim da vida!

Assim afirmava em suas aulas meu querido professor de patologia, com a intenção de deixar claro que não precisávamos morrer doentes. Tampouco, precisamos envelhecer doentes.

Com a proximidade da idade avançada, nossas forças de defesa imunológica entram em declínio, aumentando novamente a tendência às infecções, como na infância; vários órgãos involuem, pois a reposição dos tecidos saudáveis torna-se precária.
Se até então tivemos uma vida harmoniosa, o corpo regride num passo lento; mas, caso contrário, muito rapidamente. A verdade é que: como vivemos, assim envelhecemos! Como cuidamos do nosso corpo-mente-espírito nos fará encontrar as consequentes dificuldades em cada uma dessas esferas.

Iniciando-se mais clara e intensamente após os 60 anos, essa etapa é conhecida como a fase vata da vida. Apresenta características em todos nós: secura na pele e no corpo inteiro, desidratação, rigidez das articulações, déficit nas percepções sensoriais e distúrbios dos movimentos.

Quando nascemos, 70% do nosso corpo é formado por água, com o passar dos anos literalmente desidratamos. Parte da água do corpo está presente nos espaços das juntas, nas articulações, lubrificando-as e nutrindo-as como um óleo, facilitando-lhes o movimento. Se há uma diminuição desse líquido, a junta torna-se seca e áspera manifestando toda a gama de sintomas e adoecimentos, de acordo com o seu maior ou menor comprometimento. Levando em consideração a diminuição natural da água geral do corpo com o seu envelhecimento, o problema pode alcançar uma maior dimensão. Dores, rigidez, artrites e outros padecimentos podem se apresentar.

Todos nós sabemos o quanto é importante uma vida saudável e aqui reside um equívoco. Exercícios físicos vigorosos, além de diminuir a água corporal por meio do suor, podem ferir as juntas e desencadear precocemente limitações em nosso sistema articular.

O Ayurveda dá importância aos exercícios, pois estes ajudam na circulação do sangue e na transpiração do corpo, que o desintoxica. Mas, tanto para jovens quanto para mais velhos, o sistema milenar de cura indiana orienta nessas práticas físicas uma medida certa. A pessoa pode exercitar-se com segurança até a metade de sua capacidade. Podemos perceber esse limite, ao sentirmos o inicio do suor na testa, nas axilas e ao longo da coluna vertebral. Com a continuidade, essa resistência aumentará, mas esse cuidado é necessário principalmente tratando-se de pessoas debilitadas ou idosas que buscam melhorar sua saúde.

Como revitalizar nosso corpo?

Tratamentos que se preocupam em suprir perdas isoladas de minerais, ou repor complexos vitamínicos de A a Z, assim como reposições hormonais, acabam por fracassar, pois, além de não contemplarem uma abordagem para o corpo como um todo, deparam-se com a incapacidade do organismo em aproveitá-los, digeri-los.

A compreensão de que se trata de algo mais complexo e abrangente, resultado muitas vezes de uma vida estressante cronicamente, de maus hábitos alimentares, práticas físicas inadequadas e emoções pouco resolvidas, ajuda quando pensamos em revitalização em um sentido amplo, e a terapia de rejuvenescimento, conhecida como rasayana, trás benefícios mais eficazes do que já experimentamos no ocidente.

O rasayana reúne um conjunto de práticas que reintegram o nosso corpo-mente-alma à saúde sempre que possível e um equilíbrio que minimize as doenças, se já instaladas. Reúne uma orientação alimentar, que aqui será nutritiva, bastante hidratante, quente e rica em alimentos que estejam faltando (dieta antivata), somada às práticas de respiração (pranayamas) que tranquilizem e eliminem o estresse e também a exercícios físicos adequados a cada pessoa (Yoga, natação, tai chi…). Além disso, soma-se a essas a meditação.

Esse conjunto de práticas rejuvenescedoras equivale a um belíssimo veículo sem seu condutor, se não compreendermos o significado dessa importante etapa da vida. Quando crianças, o desenvolvimento do corpo ocupa todo o cenário da nossa vida e, durante o amadurecimento, nossas emoções e pensamentos. Agora, em posse desse longo trajeto, entramos em contato com o terceiro tempo, em que podemos refletir o vivido, perdoar o que não transformamos em nós mesmos ou nos demais e dividir com gratidão o que construímos em sabedoria com todos os seres que nos cercam. A idade é essa.

Maisa Misiara
Médica, idealizadora da Clínica Cítara Saúde

Texto publicado no blog Yoga pela Paz em 25/11/2010

Add comment novembro 26th, 2010

Como preparar leguminosas

Por Marise Berg
As leguminosas são grãos contidos em vagens, ricos em tecido fibroso, com envoltura celulósica que representa 2 a 5% dos mesmos, 50% de amido no seu interior e 23% de proteínas de baixo valor biológico. São fontes de ferro, vitaminas do complexo B, especialmente a B1 e B2 e contém mais proteínas que os outros alimentos de origem vegetal.
Ex: Feijões, soja, lentilha, grão de bico, ervilha, favas, tremoço, amendoim, etc.
 
O preparo 
As leguminosas cozidas tornam-se macias, com digestibilidade e sabor. Os grãos devem ser armazenadas em local seco, ventilado e protegidos de insetos e roedores.
A capa celulósica das leguminosas contém fatores antinutricionais – oxalatos, fitatos e saponinas – que alteram a permeabilidade do intestino e impedem a absorção de nutrientes. O processo de remolho (quente ou frio) elimina os fatores antinutricionais através da água, por isso, não se deve reaproveitar a água do remolho.
  • Catar os grãos, removendo pedrinhas e cascas que não devem ser ingeridas.
  • Lavar os grãos em água corrente.
  • Fazer remolho frio ou quente.
Remolho frio
Para cada parte de grãos, adicionar 3 partes de água. Deixar de molho de 8 a 12 horas na geladeira, desprezar a água, lavar novamente e finalizar o preparo (refogar ou cozinhar com temperos e sal).
Remolho quente
Para cada parte de grãos, adicionar 3 partes de água. Cozinhar em panela de pressão de 2 a 5 minutos (dependendo da dureza do grão). Desligar, desprezar a água, lavar novamente e finalizar o preparo (refogar ou cozinhar com temperos e sal).
A Ayurveda recomenda ainda, o uso de especiarias digestivas e com efeito carminativo (que combatem a formação de gases no intestino ou que facilita a sua expulsão) como o Louro em folha ou em pó, Cominho em grãos ou pó, Pimenta do reino (moída na hora) e Assafétida em pó.
Bom apetite.

Add comment novembro 17th, 2010


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